Um dos arquitetos mais enigmáticos e pouco valorizados do século XX, Carlo Scarpa (2 de junho de 1906 - 28 de novembro de 1978) é conhecido por sua abordagem instintiva em relação aos materiais, combinando habilidades artesanais com processos modernos de produção. Em um documentário de 1996 dirigido por Murray Grigor, Egle Trincanato, então presidente da Fondazione Querini Stampalia para quem Scarpa realizou o projeto de renovação de um palácio veneziado em 1963, descreve como "acima de tudo, ele era excepcionalmente habilidoso em combinar materiais básicos e valiosos."
Nascido em Veneza, Scarpa passou a maior parte de sua infância em Vicenza, antes de sua família se mudar novamente para Veneza após o falecimento de sua mãe em 1919. Scarpa estudou arquitetura na Academia Real de Belas Artes de Veneza e, de 1932 a 1947, foi diretor da Venini Glassworks. Foi neste momento que o arquiteto mostrou pela primeira vez seu apreço pelas técnicas artesanais, frequentemente trabalhando até tarde com os artesãos da companhia de vidro.
Apenas após o fim da Segunda Guerra Mundial que Scarpa começou a ser reconhecido internacionalmente por sua arquitetura. Seu reconhecimento levou a uma série de comissões em Veneza e nas cidades vizinhas - muitas das quais envolvendo a renovação de edifícios existentes, algo que veio a se tornar uma marca de Scarpa. Talvez seu trabalho de renovação mais famosos seja o Museo Castelvecchio, concluído em 1964 - este projeto busca um equilíbrio cuidadoso entre o antigo e a nova arquitetura, revelando a história do edifício original.
A atenção de Scarpa ao detalhe é quase um traço singular entre os arquitetos modernos. Seu apreço pelo artesanal se revela nos menores detalhes, como por exemplo nos apoios de bronze sob as escadas do Olivetti Showroom.
AD Classics: Olivetti Showroom / Carlo Scarpa
Carlo Scarpa. Venini 1932-1947 at Rooms for Glass / Selldorf Architects
Referências: "Carlo Scarpa," documentário de 1996 dirigido por Murray Grigor; Famous Architects website; Wikipedia.